Taxas de Mortalidade no Transporte de Frangos: Como Melhorá-la

por | 19.out.2016 | Sensores

A alta incidência de mortes durante o transporte de frangos para as fábricas de processamento está diretamente associado com o mal-estar dos animais e representa uma perda considerável para a indústria avícola.

Infelizmente, a mortalidade no transporte de frangos de corte acarreta prejuízos significativos na produção causando graves problemas para as indústrias de processamento. Atualmente, mesmo tendo a presença de práticas modernas neste processo, o índice de mortalidade ainda é considerado alto. Esse índice na maioria das empresas é considerado normal quando chega a 0,15% no transporte. É importante frisar que estas mortes não são ocasionadas somente no processo de deslocamento, mas principalmente no processo que antecede o transporte, ou seja, no manejo pré-abate, como: jejum pré-abate, apanha, carregamento, transporte e espera no frigorífico.

Dentre as medidas preventivas para evitar a morte dos frangos durante esses processos, a mais importante é oferecer um ambiente adequado, com temperatura e densidade apropriados. Pois o animal é diretamente influenciado no seu comportamento pelo ambiente externo.

Para entendermos como ocorre o processo, ele começa no jejum pré-abate, que inicia antes do carregamento das aves até o local do abate, período esse em que a ração é retirada totalmente, sendo fornecida aos animais apenas a água. Neste momento os animais têm seu sistema digestório esvaziado o que lhe deixa bastante debilitado.

Já o momento da apanha das aves e de carregamento podem ocasionar um estresse muito grande nos animais, deixando-os ainda mais debilitados ou levando-os à morte súbita. A melhor forma de realizar a apanha é através do dorso, porém normalmente essa técnica é a menos utilizada, pois a maioria dos trabalhadores está com pressa nesse momento e executam a apanha através de pescoço, asas e pernas. Como o animal normalmente ganhou bastante peso, essa técnica mal executada pode ocasionar diversos problemas as aves.

No momento de transporte, muitas vezes os motoristas não receberam a capacitação adequada de como administrar o serviço e acabam fazendo de forma indevida o que é bastante prejudicial para os animais. Normalmente o transporte é realizado em caminhões comuns, utilizando-se caixas plásticas para conter as aves. Não tendo cuidado com a temperatura, umidade e possíveis trepidações recorrentes nas estradas.

Durante o transporte, as aves são submetidas à ação direta da radiação solar o que deixa os animais mais estafados, no verão esse fator agrava ainda mais a situação. Dessa forma normalmente acontece falta de ventilação da carga, gerando um acúmulo de calor na ave, o que resulta maior desconforto térmico dos animais. Para dissipar o calor, muitos frangos tentam expor uma maior área do corpo e buscam ofegar, na tentativa de perder calor por evaporação. Ainda outros fatores devem ser observados, como, por exemplo, as diferentes áreas da carga que sofrem diferentes condições do ambiente.

Por esses motivos é importantíssimo levar em consideração as boas práticas de manejo e bem-estar animal durante todo esse processo, visando, além de melhorar a qualidade de vida dos frangos, aumentar a lucratividade, pelas baixas perdas geradas. Na produção de frangos de corte, o manejo inadequado contribui para perdas econômicas consideráveis e a baixa qualidade do produto final.

Para evitar esses problemas e melhorar a taxa de produção da indústria é importante ter um controle e um acompanhamento de perto do processo. Além disso, é imprescindível a conscientização das pessoas que vão atuar nessas fases finais do processo, bem como atualizar constantemente os profissionais dessas áreas, fornecendo treinamentos periódicos. Medidas, as vezes simples, como uma apanha consciente e com os devidos cuidados, pode já contabilizar resultados positivos com o menor desgaste dos animais durante o processo. O período do dia para a realização do transporte também pode ser escolhido de forma que os animais sofram menos os efeitos da radiação solar. Analisar e entender o que acontece em cada etapa do processo antes e durante o transporte, pode ser o primeiro passo para tomar as medidas adequadas para buscar maior qualidade da produção.

 

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