Você, produtor rural, por acaso sabe por que muitas das aves da sua criação têm morrido precocemente? Quais medidas você tem realizado para entender os pontos de falha do seu processo? Se sua resposta foi não para essas duas perguntas, certamente, além dos prejuízos financeiros, você não está se atentando ao bem-estar animal.
O bem-estar está ligado diretamente à maneira com a qual os animais lidam com as condições em que vivem. É necessário fazer medições constantes do comportamento da ave e do ambiente que ela está para saber se não há algum desequilíbrio durante o processo de seu crescimento.
Talvez você não esteja enfrentando somente uma taxa de mortalidade alta e sim uma taxa de conversão inadequada, e isso reflete lá na frente quando for realizada a entrega do lote; porque o frango não corresponde aos critérios ideais exigidos pela indústria.
As boas práticas de manejo aliadas ao monitoramento de ambiência e de processos propiciam uma conduta mais humanitária no tratamento animal, além de melhores resultados na produção, transporte e abate.
Quando um produtor se preocupa em prover um ambiente que otimize o desempenho das aves para que alcancem taxas de crescimento uniforme, ele está proporcionando mais resultados e qualidade final do produto. Funciona como uma boa prática produtiva também prestar atenção no consumo da água e ração, os quais podem indicar a eficiência do manejo; indicadores que ajudam a manter a boa saúde da ave.
Existem muitos pontos a serem observados na criação de frangos de corte. Abaixo, listamos os principais fatores de ambiência que um criador deve levar em consideração na produção avícola. São eles:
- Qualidade do ar;
- Luminosidade;
- Temperatura interna;
- Temperatura externa;
- Umidade relativa interna;
- Umidade relativa externa;
- Velocidade do vento.
Além das características mencionadas que envolvem o cenário de desenvolvimento eficiente da ave, o bem-estar animal segue basicamente quatro princípios: alimentação, alojamento, estado sanitário e comportamento.
No que diz respeito à alimentação, o produtor deve prestar atenção em dois critérios: ausência de fome prolongada e ausência de sede prolongada. Na questão do alojamento, a granja deve apresentar conforto em relação ao descanso, conforto térmico e facilidade de movimentação.
Já quando falamos de estado sanitário, deve-se observar a ausência de lesões, de doenças e de dor causada pelo manejo. Por último, e não menos importante, critérios de expressão de comportamento social adequado, de outras condutas, estado emocional positivo e relação humano-animal positivo devem ser levados em consideração.
Dados da produção de frangos de corte no Brasil
O Brasil produz em torno de 13 milhões de toneladas de frango anualmente (12,8 milhões em 2018 e 13,1 milhões em 2019), segundo o relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a produção da carne de frango no país é a que mais deverá crescer nos próximos dez anos.
Em 2027, a produção nacional deve alcançar uma taxa de crescimento de 33,4% – ou 2,8% ao ano – ou seja, passando dos 13.440 mil toneladas registradas em 2017 para 17.930 mil toneladas, segundo projeção do Mapa.
O Brasil é o segundo maior produtor de frango do mundo, atrás apenas dos EUA, todavia, as exportações brasileiras de frango estão em primeiro lugar no ranking. O aumento das compras chinesas levou outros mercados importantes como Arábia Saudita, Rússia e Egito a intensificar seus negócios com o Brasil.
A safra de grãos brasileira deverá chegar à marca de 288,2 milhões de toneladas nos próximos dez anos, representando um incremento de 21,5% (51 milhões de toneladas) em relação à safra de 2017 que é de 237,2 milhões. Milho e soja continuarão puxando a expansão de grãos até lá.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) diz que o país movimenta atualmente US$ 6,571 bilhões nesse mercado e, de acordo com a Embrapa, são 4,1 milhões de toneladas de frangos exportados, contando ainda com 48.426.232 matrizes de corte alojadas.
A partir de todos esses números gigantescos e otimistas fica claro que a produção avícola no Brasil só tende a se fortalecer, e todo esse crescimento deve se sobressair com a ajuda da tecnologia na cadeia produtiva.
Tecnologia ajuda no bem-estar animal
Hoje já existe tecnologia que contribui para elevar o bem-estar animal durante o período de alojamento. Sensores inteligentes fazem todo o monitoramento de diferentes variáveis do processo, desde o comportamento animal até o ambiente em que se desenvolve.
A E-Aware atua no desenvolvimento de tecnologias de medição remota e possui soluções tecnológicas alinhadas com o conceito de granja 4.0 para fazer o acompanhamento completo na produção avícola. Os sensores de última geração têm o grande diferencial no mercado por atuarem de forma minimamente invasiva, funcionando sem fio e com a grande vantagem do acesso remoto à informação.
Os sensores com tecnologia de Internet das Coisas (IoT) e Big Data instalados dentro dos aviários coletam dados automaticamente e de maneira precisa; todas as informações contam com infraestrutura em nuvem. Os dados são transmitidos em tempo real e podem ser acessados em qualquer lugar e em qualquer momento.
Entre os benefícios estão a viabilidade de detectar falhas rapidamente para tomar as melhores decisões e agir no momento certo; além de que o acompanhamento pode ser feito por todos os envolvidos – inclusive a agroindústria – para que tenham a mesma visão de todo o processo e com menor custo logístico.
Os sensores são capazes de agrupar inúmeras informações relacionadas à produção animal, como consumos de água e ração, umidade relativa, temperatura, luminosidade, qualidade do ar, energia, peso diário, conversão alimentar e índices de mortalidade.
Outro ponto importante está em receber alertas no caso de desvios em qualquer fase do processo, permitindo assim ter uma visão estratégica na tomada de decisões e, consequentemente, resultando no aumento exponencial da produtividade, sempre prezando pelo bem-estar das aves.
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